sábado, agosto 19, 2006

Pescacores


Uma viagem de comboio

Encontro-me em Barcelona, de férias mas em breve virei para cá estudar durante um ano, depois...depois quem sabe?
Mas isso é outra história, agora quero dizer que estou num comboio a caminho da praia a cerca de 30 ms de Barcelona.

Num instante momento ocorreu-me uma memória que me fez ficar nostálgico.
Observei um tipo de raça negra, que se encontra de pé no final da carruagem, é de estatura baixa, um pouco gordinho e tem a cabeça assim para o redondo como que uma bolinha que dá vontade de brincar!

:- "É o MAMBÉ !!! "
Era esse o meu desejo, que fosse ele.
Então deixei-me levar pela a imaginação: mergulhei nela com um prazer, tal como mergulhasse numa bela praia de àgua quente com golfinhos por perto.

Olhei-o, ele não me viu!
Aproximei-me e deixei que fosse ele que constatasse que eu, o Joäo Pequeno; era assim que carinhosamente me tratava; estava ali à sua frente, num comboio no meio de Barcelona!
Queria observar a sua cara de espanto, de surpresa, pura!
Olhou para mim, de início não reagiu, nem sorriu! Cinco segundos para que aquele seu sorriso contagiante e para uma expressäo que me apertou o coraçäo:

: "Xéé! "
Um silêncio manteve-se, parecia que não queríamos quebrar aquele momento mágico.
Abracámo-nos, sorrimos e eu, como que a dar-lhe a palavra deixei que iniciasse o momento.

: "João! Xéé! Que faz você aqui? Nã! Nã é verdade!! ", não estava a acreditar, parecia até que fazia parte juntamente comigo na autoria desta história.

: "MAMBÉ",
disse-lhe eu, era assim que lhe tratava, com carinho, com saudade e amizade!
Rapidamente lhe convidei para que viesse comigo, prolangando assim o momento.
Não lhe perguntei mais nada, somente o abracei, não queria dalguma forma voltar a acordar, mas sim continuar navegando na minha imaginação.
E fomos: passámos a tarde juntos na praia, conversámos, rimos, recordámos aqueles momentos mágicos de Angola: a nossa viagem até ao Lubango e Namibe, em que andámos perdidos pelo meio do deserto, até que encontrámos o local que tanto procurávamos: O Arco no meio do deserto! Simplesmente fantástico, xingámos as "moças" espanholas e até bebemos uma birra ao final da tarde a contemplar o por do sol!

: "MAMBÉ"
dizia eu; nada mais conseguia dizer, tinha receio de algo.
Contrariando a minha vontade, eis que surge uma voz no fundo da carruagem:

: "Por favor, mi ayudem, non tengo dinh..."
Interrompido pela miséria que persiste em não desaparecer da humanidade, fui recambiado para a minha realidade e consciência, uma mulher asiática carregando um bébé ao colo, puxou-me de novo para as pessoas que me rodiavam, para o comboio, para a carruagem, onde ainda se encontrava o tal tipo de raça negra no fundo, exactamente na mesma posição do início da minha "viagem".
O comboio parou e era a minha estaçäo, fiz questão de sair na porta mais longínqua, só para passar de relance pelo tipo, e sentir o "MAMBÉ" de perto.

E assim foi a minha vaigem de 40 ms de comboio até Sitges, nadando pelo imaginário, deslizando pela saudade, aproveitando o poder das memórias, elas que nos trazem de novo quem ficou retido no nosso coraçäo.

"MAMBÉ" Bernardo, meu amigo, forte abraço!!!


Barcelona, 19 de Agosto de 2006.
Joãozinho,

sexta-feira, agosto 18, 2006

Fiona, the "princess"

"No meio de uma lixeira amontoada,
encontramos sempre uma flor perfumada"

...thank you Fiona, Londres, 15 de Agosto de 2006